domingo, 3 de outubro de 2010


Tenho pensando em voltar. Eis a inquietação que me cerca. Seria carência excessiva, ou amor demasiado? Logo penso: Amor sempre foi coisa simples pra mim. Então não deve ser esse o motivo da minha "reviravolta" amorosa. Fico com a carência. Tal que me torna egoísta, pensando somente nas minhas necessidades.
Relendo a carta escrita por ele, penso que seria boa a minha volta. Afinal, o pouco que sobrou ele ainda guarda. Mas eu, o que eu guardei? A carta amassada com a primeira discussão no fundo da gaveta.
Avisto tantos pontos de interrogação, em um só texto. E me faço outra pergunta: "O que queres?" Mas essa talvez seja a mais difícil de responder. Não por falta de respostas, mas sim por que muitas delas me remexem, passando aleatoriamente e cobrindo poucas das minhas necessidades. Assim, nenhuma consegue me trazer o sossego, nem tanto tirar o gosto amargo do café da boca.
Conversando com ele por 2 minutos, posso observar as frases ditas rápidas, com tanta certeza. Enquanto as minhas são cautelosas. Sendo digitadas letra por letra, e com a maior duvida em apertar o enter.
Mas cansei da minha fuga, cansei do meu desespero entre o sim, e o talvez. O não nunca foi à prioridade, ele não pode ser dito por mim. Não suportaria o eloquente Adeus.
Enquanto isso, me perco nas brechas. Roendo unhas, o que nunca foi um costume para mim. Acontece que em alguma hora será preciso o meu amadurecimento. Não posso agir como aos 5 anos de idade, dizendo o famoso "Não gosto", sem antes ao menos experimentar.
Mas me vejo aqui com o mesmo discurso do ano passado. Só consigo mudar os personagens, pois a história do meu ponto de vista, é sempre a mesma. Talvez nem os personagens eu esteja mudando, só fingindo que não são mais os mesmos. Como quando o personagem principal, apenas adormeceu no primeiro capítulo do livro, mas pode ser acordado com um beijo no canto dos lábios antes de soletrar o "F-i-m".
No fim das contas sentimentos sobram em mim. Vejo que não é pela sobra ou falta de amor, ou até mesmo pela carência excessiva, mas sim por que quero inventar uma história que nem ao menos aconteceu, e assim continuo fingindo estar com a duvida, entre dois caminhos que não me levam a lugar algum, somente a vida monótona, e sem o despertar que eu tanto queria. Preciso trilhar um novo começo, pois sobrou somente o "eu-eu-comigo".

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